“E disse-lhe Jesus: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”.(Mc 16.15)

“E disse-lhe Jesus: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”.(Mc 16.15)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

3 Perguntas Sobre o Fim dos Tempos

3 Perguntas Sobre o Fim dos Tempos


"Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada. No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estais coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século. E ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos. E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores. Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim. Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes; quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa; e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa. Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado; porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados. Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grande sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres" (Mt 24.1-28).

Sobre os acontecimentos dos tempos finais, é recomendável ler também os versículos restantes de Mateus 24 e todo o capítulo 25. A respeito, vamos perguntar-nos:

1. A quem Jesus dirigiu, em primeiro lugar, as palavras de Mateus 24 e 25?


A parábola da figueira é uma representação simbólica da nação judaica.

A resposta é: basicamente aos judeus – e não à Igreja


  • Nessa ocasião a Igreja ainda era um mistério. Somente no Pentecoste ela foi incluída no agir de Deus e, posteriormente, revelada através de Paulo.
  • Portanto, o texto também não está falando do arrebatamento, quando Jesus virá para buscar Sua Igreja, mas trata da volta de Jesus em grande poder e glória para Seu povo Israel, após a Grande Tribulação (Mt 24.29-31). Jesus só falou do arrebatamento mais tarde, pouco antes do Getsêmani, como está registrado em João 14. Até então os discípulos, como judeus, só sabiam da era gloriosa do Messias que viria para Israel (por exemplo, Lucas 17.22-37).
  • Os discípulos a quem Jesus Se dirigiu em Mateus 24 e 25 evidentemente eram judeus. Em minha opinião, eles simbolizam o remanescente judeu fiel, que crerá no Messias no tempo da Grande Tribulação.
  • No sermão profético do Senhor Jesus no Monte das Oliveiras, Ele predisse como será a situação dos judeus no período imediatamente anterior à Sua volta.
  • Falsos profetas e falsos cristos, como são chamados em Mateus 24.5,23,26, representam um perigo para Israel. A Igreja enfrenta outros perigos, pois deve preocupar-se mais com falsos mestres, falsos apóstolos e falsos evangelistas e em discernir os espíritos (2 Co 11.13; 2 Pe 2.1; Gl 1.6-9). Filhos de Deus renascidos pelo Espírito Santo certamente não vão sucumbir às seduções de falsos cristos e cair nesses enganos.
  • O "abominável da desolação" (Mt 24.15) diz respeito claramente à terra judaica, ao templo judaico e aos sacrifícios judeus. Já o profeta Daniel falou a respeito. E Daniel não falava da Igreja, mas de "teu povo... e de tua santa cidade" (Dn 9.24).
  • A frase: "então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes" (Mt 24.16), é bem clara. Trata-se nitidamente da terra de Israel. Pois no Novo Testamento a Igreja de Jesus nunca é conclamada a fugir para os montes.
  • Igualmente o texto que fala do sábado diz respeito aos judeus, aos seus costumes e suas leis (v. 20).
  • Também a parábola da figueira (v. 32) é uma representação simbólica da nação judaica. Do mesmo modo, a expressão "esta geração" (v. 43) aplica-se a Israel.

2. A que época o Senhor se refere em Mateus 24?


A resposta à pergunta anterior nos conduz automaticamente ao tempo em que esses fatos acontecerão. Trata-se da época em que Deus começará a agir novamente com Seu povo Israel de maneira coletiva, levando o povo da Aliança ao seu destino final (v. 3), que é a vinda do seu Messias e o estabelecimento de Seu reino. O centro de todas as profecias de Mateus 24 e 25 é ocupado pelos sete anos que são os últimos da 70ª semana de Daniel (Dn 9.24-27). Devemos estar cientes de que esse período é a consumação do século, o encerramento de uma era, e não apenas o transcorrer de um tempo. O sinal do fim dos tempos é a última semana, a 70ª semana de Daniel.

Coisas espantosas e grandes sinais no céu anunciam a chegada do grande dia da ira do Senhor.

Todos os sinais que o Senhor Jesus predisse em Mateus 24, que conduzirão à Sua vinda visível (v. 30), têm seus paralelos no Apocalipse, nos capítulos de 6 a 19. Mas nessa ocasião a Igreja de Jesus já terá sido arrebatada, guardada da "hora da provação" (Ap 3.10).

Os últimos sete anos – divididos em três etapas (Mt 24.4-28)


1. Os versículos 4-8 descrevem, segundo meu entendimento, a primeira metade da 70ª semana de Daniel. O versículo 8 diz claramente: "porém tudo isto é o princípio das dores". As dores não dizem respeito a uma época qualquer, elas definem especificamente o tempo da Tribulação, comparado na Bíblia "às dores de parto de uma mulher grávida" (1 Ts 5.3; veja também Jr 30.5-7). O princípio das dores são os primeiros três anos e meio da 70ª semana. Assim como existem etapas iniciais e finais nas dores que antecedem um parto, também esses últimos 7 anos dividem-se em duas etapas de três anos e meio. Há um paralelismo e uma concordância quase literal entre Mateus 24.4-8 e Apocalipse 6, onde o Senhor abre os selos de juízo:

  • Falsos cristos (Mt 24.5) – primeiro selo: um falso cristo (Ap 6.1-2).
  • Guerras (Mt 24.6-7) – segundo selo: a paz será tirada da terra (Ap 6.3-4).
  • Fomes (Mt 24.7) – terceiro selo: um cavaleiro montado em um cavalo preto com uma balança em suas mãos (Ap 6.5-6).
  • Terremotos (Mt 24.7), epidemias (Lc 21.11) – quarto selo: um cavaleiro montado em um cavalo amarelo, chamado "Morte" (Ap 6.7-8).

2. Nos versículos 9-28 temos a descrição da Grande Tribulação, ou seja, a segunda metade (três anos e meio) da 70ª semana de Daniel.

  • Nesse tempo muitos morrerão como mártires (Mt 24.9) – quinto selo (Ap 6.9-11).
  • Coisas espantosas e grandes sinais no céu anunciam a chegada do grande dia da ira do Senhor (Lc 21.11) – sexto selo (Ap 6.12-17).
  • Em Israel, muitos trairão uns aos outros (Mt 24.10, veja também Mt 10.21).
  • O engano e a impiedade se alastrarão, o amor esfriará, significando que muitos apostatarão de sua fé (Mt 24.11-12, veja 2 Ts 2.10-11). Quem perseverar até o fim verá a volta do Senhor e entrará no Milênio (Mt 24.13).
  • O Evangelho do Reino será pregado por todo o mundo (v. 14). Ele não deve ser confundido com o Evangelho da graça, anunciado atualmente. O Evangelho do Reino é a mensagem que será transmitida no tempo da Tribulação pelo remanescente e pelos 144.000 selados do povo de Israel, chamando a atenção para a volta de Jesus, que então virá para estabelecer Seu Reino (compare Apocalipse 7 com Mateus 10.16-23).

3. Mateus 24.15 refere-se à metade da 70ª semana de Daniel, o começo dos últimos três anos e meio de tribulação.

A "abominação desoladora" não teve seu cumprimento na destruição do templo em 70 d.C., pois refere-se à afirmação de Daniel, que aponta claramente para o fim dos tempos (Dn 12.1,4,7,9,11).

  • A profecia da "abominação desoladora" de Daniel teve um pré-cumprimento aproximadamente em 150 a.C., na pessoa de Antíoco Epifânio. Daniel 11.31 fala a respeito.
  • A "abominação desoladora" cumpriu-se parcialmente em 70 d.C. através dos romanos, que destruíram o templo.
  • Mas "abominável da desolação" de que Jesus fala em Mateus 24.15 será estabelecido apenas pelo anticristo, vindo a ter seu cumprimento pleno e definitivo na metade dos últimos sete anos (como profetizado em Daniel 12). Essa profecia de Daniel é claramente para o tempo do fim (vv. 4,9), referindo-se a um tempo de tão grande angústia como jamais houve antes (v. 1), que durará "um tempo, dois tempos e metade de um tempo". É dessa Grande Tribulação, desse período de imenso sofrimento e angústia, que Jesus fala em Mateus 24.21 (veja Jr 30.7).

Nos versículos a seguir, de 16 a 28, o Senhor Jesus explica como o remanescente dos judeus deve comportar-se durante a Grande Tribulação:

  • Eles devem fugir (veja Ap 12.6).
  • Esses dias serão abreviados para três anos e meio, para que os escolhidos sejam salvos.
  • Falsos cristos e falsos profetas farão milagres e sinais (veja Ap 13.13-14).
  • Mas então, finalmente, diante dos olhos de todos, o Senhor virá "como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente". Esses dias da ira de Deus (Lc 21.22), ou melhor, esses dias da ira de Deus e do Cordeiro (Ap 6.17), são descritos assim: "Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres" (Mt 24.28). O "cadáver" representa o judaísmo apóstata, afastado de Deus, e o sistema mundial sob a regência do anticristo, no qual reinará a morte e o "hades". Os "abutres" simbolizam o juízo de Deus.

Terremotos, tempestades, inundações e doenças imprevisíveis, além de outros fenômenos e catástrofes da natureza, aumentam dramaticamente.

Como já foi mencionado, não creio que em Mateus 24.15 o Senhor Jesus esteja referindo-se à destruição do templo em 70 d.C., mas penso que Ele está falando do tempo do fim. Ele menciona a destruição do templo e de Jerusalém em Lucas 21, fazendo então a ligação com os tempos finais. Aliás, este é o sentido dos quatro Evangelhos: apresentar ênfases diferenciadas dos relatos. Os Evangelhos tratam da profecia como também nós devemos fazê-lo, manejando bem a palavra da verdade (2 Tm 2.15).

Em Lucas 21.20 e 24 o Senhor diz: "Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles." Isso cumpriu-se em 70 d.C.

Mas Mateus 24 menciona algo que não aparece no Evangelho de Lucas, pois cumprir-se-á apenas nos tempos do fim: "o abominável da desolação" (v. 15).

No Evangelho de Lucas, que trata primeiro da destruição do templo em 70 d.C., está escrito: "...haverá grande aflição na terra" (Lc 21.23) (não está escrito: "grande tribulação"). Mas em Mateus 24, que em primeira linha fala dos tempos do fim, lemos sobre uma "grande tribulação" "como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais" (v. 21). A expressão "grande tribulação" diferencia nitidamente a angústia de 70 d.C. da "grande tribulação" no final dos tempos.

Jesus Cristo não é apenas a esperança para o futuro do mundo, mas a esperança para toda pessoa, para cada um que invocar Seu Nome!

3. Qual é a mensagem desse texto bíblico para nós hoje?


Essa passagem tem forte significado para os crentes de hoje, pois sabemos que os impressionantes acontecimentos da Grande Tribulação lançam suas sombras diante de si e que, por essa razão, o arrebatamento da Igreja deve estar muito próximo.

  • Nosso mundo está muito inquieto. Há conflitos em muitos países e torna-se mais e mais evidente a possibilidade de guerras devastadoras em futuro próximo. Mais de 400.000 cientistas estão atualmente ocupados em melhorar sistemas bélicos ou em desenvolver novos armamentos.
  • Grande parte da humanidade passa fome.
  • Terremotos, tempestades, inundações e doenças imprevisíveis, além de outros fenômenos e catástrofes da natureza, aumentam dramaticamente em progressão geométrica, como as dores de parto da que está para dar à luz.
  • Grande parte dos cristãos é perseguida. Muitos chegam a falar de uma "escalada" nas perseguições nos últimos anos.
  • Também a sedução e o engano através de falsas religiões é comparável a uma avalanche. O clamor pelo "homem forte" torna-se mais audível. Qualquer coisa passa a ser anunciada como "deus" ou "salvador" – e as pessoas agarram-se ansiosas a essas ofertas enganosas. Ao mesmo tempo acontece uma apostasia nunca vista, um crescente afastamento da Bíblia e do Deus vivo.

As dores da Grande Tribulação anunciarão a vinda do Filho do Homem. Não nos encontramos diante do fim do mundo, mas nos aproximamos do fim de nossa era (Mt 24.3). O Filho de Deus não nos trará o fim, mas um novo começo. Jesus Cristo não é apenas a esperança para o futuro do mundo, mas a esperança para toda pessoa, para cada um que invocar Seu Nome! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)

Norbert Lieth É Diretor da Chamada da Meia-Noite Internacional. Suas mensagens têm como tema central a Palavra Profética. Logo após sua conversão, estudou em nossa Escola Bíblica e ficou no Uruguai até concluí-la. Por alguns anos trabalhou como missionário em nossa Obra na Bolívia e depois iniciou a divulgação da nossa literatura na Venezuela, onde permaneceu até 1985. Nesse ano, voltou à Suíça e é o principal preletor em nossas conferências na Europa. É autor de vários livros publicados em alemão, português e espanhol.

A Verdade Sobre O Arrebatamento

                  

Uma pesquisa recente da revista U.S. News & World Report descobriu que 61 por cento dos americanos acreditam que Jesus Cristo vai voltar à terra, e 44 por cento acreditam no Arrebatamento da Igreja.[1] O que é o Arrebatamento? Com tamanha certeza popular, por que há tanta confusão interpretativa a respeito desses acontecimentos? A doutrina do Arrebatamento pré-tribulacional é um ensino bíblico importante não apenas por oferecer percepções interessantes sobre o futuro, mas também porque oferece aos crentes motivação para a vida contemporânea.

O Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do período de sete anos conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (tanto os vivos quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o encontro com Jesus Cristo e depois serão levados ao céu.

O ensino do Arrebatamento é mais claramente apresentado em 1 Tessalonicenses 4.13-18. Nessa passagem Paulo informa seus leitores de que os crentes que estiverem vivos por ocasião do Arrebatamento serão reunidos aos que morreram em Cristo antes deles. No versículo 17 a palavra "arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa "dominar por meio de força" ou "capturar". Essa palavra é usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de várias maneiras diferentes.

Ocasionalmente o Novo Testamento usa harpazo com o sentido de "roubar", "arrastar" ou "carregar para longe" (Mateus 12.29; João 10.12). Também pode ser usada com o sentido de "levar embora com uso de força" (João 6.15; 10.28-29; Atos 23.10; Judas 23). No entanto, para nossos propósitos, um terceiro uso é mais significativo. Diz respeito ao Espírito Santo levando alguém de um lugar para outro. Encontramos esse uso em quatro ocorrências (Atos 8.39; 2 Coríntios 12.2, 4; 1 Tessalonicenses 4.17; Apocalipse 12.5).[2]

Esse último uso é ilustrado em Atos 8.39, quando Filipe, ao completar o batismo do oficial etíope, é "arrebatado" e divinamente transportado do deserto até a cidade costeira de Azoto. De modo semelhante, a Igreja será, num momento, levada da terra ao céu. Não deve-se estranhar, portanto, que um autor contemporâneo tenha chamado esse evento peculiar de "O Grande Seqüestro".[...]

Por que a doutrina da iminência é significativa para o Arrebatamento?

O ensino neo-testamentário de que Cristo poderia voltar a qualquer momento e arrebatar a Sua Igreja sem sinais ou advertências prévios (i.e. iminência) é um argumento tão poderoso em favor do pré-tribulacionismo que se tornou uma das doutrinas mais ferozmente atacadas pelos oponentes da posição pré-tribulacionista. Eles percebem que, se o Novo Testamento de fato ensinar a iminência, um arrebatametno pré-tribulacional estará praticamente assegurado.

Definição de Iminência

Qual é a definição bíblica de iminência? O Dr. Renald Showers define e descreve iminência da seguinte maneira:

1) Um acontecimento iminente é aquele que está sempre "pairando acima de alguém, constantemente prestes a vir sobre ou a alcançar alguém; próximo quanto à sua ocorrência" (The Oxford English Dictionary, 1901, V. 66). Assim, a iminência traz consigo o sentido de que algo pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem acontecer antes do evento iminente, mas nada precisa acontecer antes que ele aconteça. Se alguma coisa precisa acontecer antes de determinado evento ocorrer, tal evento não é iminente. Em outras palavras, a necessidade de que algo ocorra antes destrói o conceito de iminência.

2) Uma vez que é impossível saber exatamente quando ocorrerá um evento iminente, não se pode contar com a passagem de determinado período de tempo antes que tal evento iminente ocorra. À luz disso, é preciso estar sempre preparado para que ele aconteça a qualquer momento.

3) Não se pode legitimamente estabelecer direta ou implicitamente uma data para sua ocorrência. Assim que alguém marca uma data para um evento iminente, destrói o conceito de iminência, porque ao fazer isso afirma que um determinado intervalo de tempo deve transcorrer antes que tal evento ocorra. Uma data específica para um evento é contrária ao conceito de que tal evento possa ocorrer a qualquer momento.

4) É impossível dizer legitimamente que um evento iminente vai acontecer em breve. A expressão "em breve" implica que tal evento precisa ocorrer "dentro de um tempo pequeno (depois de um ponto específico designado ou implícito)". Em termos de contraste, um evento iminente pode ocorrer dentro de um pequeno intervalo de tempo, mas não precisa fazê-lo para ser iminente. Espero que você perceba, agora, que "iminente" não é igual a "em breve".[3]

O fato de que Jesus Cristo pode voltar a qualquer momento, mesmo que não necessariamente em breve, e sem a necessidade de qualquer sinal anterior à Sua vinda, requer o tipo de iminência ensinado pela posição pré-tribulacionista e é um forte apoio ao pré-tribulacionismo.

Que passagens do Novo Testamento ensinam essa verdade? Os versículos que afirmam a volta de Cristo a qualquer momento, sem aviso prévio, e aqueles que instruem os crentes a esperar e aguardar a vinda do Senhor ensinam a doutrina da iminência.

Observem-se as seguintes passagens do Novo Testamento:

1 Coríntios 1.7"...aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo".

1 Coríntios 16.22"Maranata!"

Filipenses 3.20"Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo".

Filipenses 4.5"Perto está o Senhor".

1 Tessalonicenses 1.10"e para aguardardes dos céus o Seu Filho...".

1 Tessalonicenses 4.15-18"Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras".

1 Tessalonicenses 5.6"Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios".

1 Timóteo 6.14"que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo".

Tito 2.13"aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus".

Hebreus 9.28"assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação".

Tiago 5.7-9"Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor... pois a vinda do Senhor está próxima... Eis que o Juiz está às portas".

1 Pedro 1.13"Por isso,... sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo".

Judas 21"guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna".

Apocalipse 3.11; 22.7, 12, 20"Eis que venho sem demora!"

• Apocalipse 22.17, 20"O Espírito e a Noiva dizem: Vem. Aquele que ouve diga: Vem.

Aquele que dá testemunho destas cousas diz: Certamente venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus!"

Ao considerarmos as passagens mencionadas acima, observamos que Cristo pode voltar a qualquer momento, que o Arrebatamento é de fato iminente. Somente o pré-tribulacionismo pode dar um sentido pleno, literal, a tal acontecimento iminente. Outras posições sobre o Arrebatamento precisam redefinir iminência de maneira mais elástica do que indica o Novo Testamento. O Dr. John Walvoord declara: "A exortação a que aguardemos a ‘manifestação da glória’ de Cristo para os Seus (Tito 2.13) perde seu significado se a Tribulação tiver que ocorrer antes. Fosse esse o caso, os crentes deveriam observar os sinais."[4] Se a posição pré-tribulacionista sobre a iminência não for aceita, então haverá sentido em procurar identificar os eventos relacionados à Tribulação (i.e., o Anticristo, as duas testemunhas, etc.) e não em esperar o próprio Cristo. O Novo Testamento, todavia, como demonstrado acima, uniformemente instrui a Igreja a olhar para a volta de Cristo, ao passo que os santos da Tribulação são exortados a observar os sinais.

A exortação neo-testamentária a que nos consolemos mutuamente pela volta de Cristo (João 14.1; 1 Tessalonicenses 4.18) não mais teria sentido se os crentes tivessem, primeiro, que passar por qualquer porção da Tribulação. Em vez disso, o consolo teria que esperar a passagem pelos eventos da Tribulação. Não! A Igreja recebeu uma "bendita esperança", em parte porque a volta do Senhor é, de fato, iminente.

A Igreja primitiva tinha uma saudação especial que os crentes só usavam entre si, conforme registrado em 1 Coríntios 16.22: a palavra "Maranata!" Esta palavra é constituída de três termos aramaicos: Mar ("Senhor"), ana ("nosso"), e tha ("vem"), significando, assim, "Vem, nosso Senhor!" Como outras passagens do Novo Testamento, "Maranata" só faz sentido se uma vinda iminente, ou seja, a qualquer momento, for pressuposta. Isso também serve de apoio à posição pré-tribulacionista.

Não foi à toa que os antigos cristãos cunharam essa saudação peculiar que reflete uma ansiosa expectativa pelo cumprimento dessa bendita esperança como uma presença real em suas vidas cotidianas. A vida da Igreja em nossos dias só teria a melhorar se "Maranata" voltasse a ser uma saudação sincera nos lábios de crentes que vivem com esta expectativa. Maranata! (Thomas Ice e Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)

  1. Jeffrey L. Sheler, “The Christmas Covenant”. U.S. News & World Report, 19 de dezembro de 1994, pp. 62, 64.
  2. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, “harpazo”, editado por Colin Brown. Vida Nova, São Paulo, 1982. Volume 1, p. 239-243.
  3. Ibid., pp. 127-128.
  4. Walvoord, The Rapture Question, p. 273.

Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center (Centro de Pesquisas Pré-Tribulacionistas) e professor de Teologia na Liberty University. Ele é Th.M. pelo Seminário Teológico de Dallas e Ph.D. pelo Seminário Teológico Tyndale. Editor da Bíblia de Estudo Profética e autor de aproximadamente 30 livros, Thomas Ice é também um renomado conferencista. Ele e sua esposa Janice vivem com os três filhos em Lynchburg, Virginia (EUA).

A ASCENSÃO DE CRISTO E A PROMESSA DE SUA VINDA

Por

A ASCENSÃO DE CRISTO E A PROMESSA DE SUA VINDA



Texto Base: Atos 1:4-11

“[...] Varões galileus, por que estais olhando para o Céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no Céu, há de vir assim como para o Céu o vistes ir”(At 1:11).

INTRODUÇÃO

A Ascensão visível de Cristo ao Céu é um fato, e é evidência de sua volta no futuro (At 1:10,11). No Evangelho segundo escreveu Lucas é descrito esse fato da seguinte forma: "Então, os levou para Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o Céu" (Lc 24:50-51 ARA). O Livro de Atos o descreve da seguinte forma: “Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir" (Atos 1:9-11 ARA). Aqui, o elemento novo é a afirmação sobre a volta visível de Jesus em glória. Portanto, a Ascensão de Jesus Cristo é a Sua grande coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Isso significa júbilo para toda a cristandade.
Podemos afirmar ainda que a Ascensão de Cristo é o término de sua missão vicária e de sua presença visível na terra. Se o dia da sua crucificação fosse a Palavra final, estaríamos perdidos e nos restaria a confissão de desespero dos discípulos de Emaús: "Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel" (Lc 24:21 ARA); seria o triunfo da lei, da condenação, de Satanás e do Inferno. Todavia, Cristo triunfou sobre os poderes das trevas, sobre o pecado, a morte e Satanás. Agora, a cristandade pode confessar alegre e vitoriosamente: "Creio na ressurreição da carne, na vinda do Senhor Jesus Cristo e na vida eterna", pois a ascensão de Cristo é a aprovação e a confirmação divina de toda a obra redentora de Cristo, e sua coroação como Rei dos reis e Senhor dos senhores, como Redentor e Juiz de vivos e de mortos. Glórias sejam dadas ao Senhor Jesus Cristo!

I. A HISTORICIDADE DA ASCENSÃO DE CRISTO

Hoje, muitas pessoas, até mesmo dentro de algumas igrejas locais, negam a historicidade da ascensão de Cristo. Dizem que a crença numa ascensão literal seria compreensível nos dias de Lucas, quando as pessoas criam que o céu ficava “lá em cima”, de modo que Jesus precisava ser “elevado” a fim de chegar lá. Mas aquilo foi numa era pré-científica; hoje há uma cosmologia completamente diferente.
Harnack chegou a afirmar que “o relato da ascensão é inútil para o historiador”(Harnack, Acts, p. 241). Até mesmo Willian Neil, que normalmente é bastante conservador em suas conclusões, fala aos seus leitores (sem argumentação) que Lucas, ciente de que “muitas vezes a verdade teológica pode ser mais bem transmitida através de retratos falados imaginativos” não deve ser interpretado literalmente. “Seria um grave equívoco em relação à mente e ao propósito de Lucas ver o seu relato da ascensão de Cristo como se não fosse simbólico ou poético”.
Todavia, diversas razões plausíveis podem ser apresentadas para justificar a rejeição dessa tentativa de não aceitar a ascensão como um fato real e histórico.
Em primeiro lugar, os milagres não precisam de precedentes para autenticá-los. O argumento clássico dos deístas do século XVIII era que podemos acreditar em acontecimentos estranhos, fora da nossa experiência, apenas se pudermos produzir algo análogo dentro da nossa própria experiência. Esse “princípio da analogia”, se correto, seria suficiente para invalidar muitos dos milagres bíblicos, pois não temos nenhuma experiência de alguém andando nas águas, multiplicando pães e peixes, ressuscitando pessoas ou ascendendo ao céu. Uma ascensão, em especial, negaria a lei da gravidade que, em nossa experiência, funciona sempre e em todo lugar. O princípio da analogia, porém, não é relevante para a ressurreição e a ascensão, pois ambos os acontecimentos foram sui generis. Não estamos alegando que pessoas ressuscitam e ascendem ao céu frequentemente(ou mesmo ocasionalmente), mas apenas que ambos os eventos aconteceram uma vez. O fato de sermos incapazes de produzir analogias, antes ou depois, confirma sua veracidade ao invés de negá-la.
Em segundo lugar, a ascensão é um fato aceito em todo o Novo Testamento. [Além de Lucas, que trata da Ascensão de Jesus como maior clarividência] João registra o Jesus ressurreto recomendando a Maria Madalena que não o detivesse, pois ainda não subira para o Pai. Pedro, em seu sermão no dia de Pentecostes, diz que Jesus foi “exaltado à destra de Deus” e trata esse fato como sendo algo diferente de sua ressurreição e consequência dela(At 2:31ss.), e ele confirma isso em sua primeira carta. Paulo frequentemente fala da exaltação de Jesus ao lugar de suprema honra e poder, e a distingue de sua ressurreição. E na Epístola aos Hebreus, a ressurreição e o reinado de Jesus não são confundidos.
Em terceiro lugar, Lucas conta a história da ascensão com simplicidade e sobriedade. Não existe toda aquela extravagância associada aos evangelhos apócrifos. Não encontramos aqueles exageros tão comuns nas lendas. Não há evidencia de poesia ou simbolismo. Até mesmo Haenchen admite esse fato: “a história não é sentimental, é quase excepcional em austeridade”. O relato é redigido como se fosse história, como se Lucas pretendesse que o aceitássemos como parte real da história.
Em quarto lugar, Lucas enfatiza a presença de testemunhas oculares e repetidamente se refere ao que eles viram com seus próprios olhos: “foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia... Os dois anjos, então, lhes disseram: por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus... assim virá do modo como o vistes subir”(At 1:9-11). Neste relato extremamente curto, por cinco vezes é enfatizado que a ascensão foi um acontecimento visível. Lucas não escreveu essas frases à toa. Ele tem muito a dizer em seus registros sobre a importância da confirmação do evangelho pelo testemunho dos apóstolos. E aqui ele inclui a ascensão de Jesus entre as verdades históricas que as testemunhas oculares podiam certificar(e certificaram). De fato, quando Judas é substituído, Pedro faz do batismo de João e da ascensão de Jesus o início e o fim do ministério público acerca do qual os apóstolos precisam testemunhar(Atos 1:22).
Em quinto lugar, não existe uma explicação alternativa para justificar o fim das aparições após a ressurreição e o fato de Jesus ter desaparecido da terra. O que, então, aconteceu a ele e por que ele deixou de aparecer? Qual foi a origem da tradição de que as suas aparições duraram quarenta dias exatos? Em vista da falta de outras respostas a essas perguntas, damos preferências à explicação para a qual há evidencias, ou seja, o período de quarenta dias começou com a ressurreição e terminou com a ascensão.
Em sexto lugar, a ascensão histórica e visível tinha um propósito inteligível. Jesus não precisava fazer uma viagem pelo espaço, e é tolice da parte de alguns críticos ridicularizarem sua ascensão, apresentando-o como o primeiro cosmonauta. Não, na transição de seu estado terreno para o celestial, Jesus poderia, perfeitamente, sumir como em outras ocasiões, voltando para o Pai secretamente, de forma invisível. A razão para uma ascensão pública e visível certamente é que ele desejava que os discípulos soubessem que ele estava partindo de vez. Ele passou aqueles quarenta dias, aparecendo, desaparecendo e reaparecendo. Mas esse período havia terminado. Dessa vez, sua partida era definitiva. Portanto, eles não deviam aguardar uma outra aparição. Pelo contrário, deveriam esperar outra pessoa, o Espírito Santo(At 1:4). Pois o Espírito viria somente após a partida de Jesus, e então os discípulos estariam aptos a dar inicio à missão no poder que receberiam dele.
De qualquer modo, a forma como partiu (uma ascensão visível) atingiu o efeito planejado. Os apóstolos voltaram para Jerusalém e esperaram pelo Espírito Santo [1]. “E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém”(Lc 24:52).

II. A TEOLOGICIDADE DA ASCENSÃO DE CRISTO

A Ascensão é o evento pelo qual Cristo cumpriu o seu ministério terreno, concluiu suas aparições pós-ressurreição, deixou a Terra, e subiu para o Céu, de onde aguardamos o seu retorno, conforme nos garante a Palavra de Deus.
Logo no princípio do livro de Atos são descritos três fatos muito importantes: Jesus, ressuscitado, aparece aos discípulos por 40 dias(At 1:3); deixa as últimas instruções de prosseguimento de sua obra(At 1:2-8); é elevado aos Céus(At 1:9-11). À semelhança do que ocorrera no Monte da Transfiguração, seu corpo foi elevado aos Céus já revestido de glória, poder e celestialidade. Quando da sua segunda vinda, teremos um corpo semelhante ao dele (1Co 15:50-58; 1João 3:2). É a mais sublime promessa para toda a cristandade.
O Antigo Testamento contém várias histórias de, e referências a, “ascensão” que podem prefigurar a ascensão de Jesus. A maioria das referências enfatiza que a ascensão é um ato divino feito somente pelo poder de Deus e não para ser pensado como possível pela simples humanidade (Dt 30:11-12; Pv 30:4). Narrativas simples como a do anjo do Senhor que subiu na chama do altar, enquanto Manoá e sua esposa olhavam (Jz 13: 20), e particularmente de Elias subindo ao céu num redemoinho (2Rs 2:11-12), embora não relacionadas diretamente no Novo Testamento com a ascensão de Jesus, são corretamente vistas como fundamental para a compreensão do Novo Testamento de que Jesus fisicamente desceu do céu e voltou para lá. [2].
No Novo Testamento, referências claras para a ascensão de Cristo são encontradas espalhadas por todo o seu conteúdo, de modo que não se pode afirmar que apenas Lucas acreditava no que aconteceu. As passagens mais importantes são, naturalmente, nos escritos de Lucas 24:51 e At 1:1-11. As referências Joaninas (João 3:13, 6:62, 14:3-4, 16:5-7; 20:17), quando tomadas como um todo, ensinam claramente, assim como em Hebreus 4:14; 6:20 e 1Pe 3:21-22.
Em fim, todos autores do Novo Testamento dão testemunho relativamente uniforme para uma ressurreição corporal de Cristo, concordando com Lucas, que depois de quarenta dias de aparições aos seus discípulos, pós-ressurreição, Jesus experimentou uma ascensão, literal e física, para o céu, como as primícias da ressurreição final, prevista para todos nós, no dia da sua segunda vinda (cf. 1Co 15:20-28; 1Tes 4:13-18).
Portanto, sejam quais forem as conclusões teológicas que são feitas pelos autores do Novo Testamento sobre a ascensão de Cristo, elas são feitas no contexto de uma crença em um evento histórico. [3]
Teologicamente, a Ascensão de Cristo acha-se ligada a três importantes doutrinas: a ressurreição; a paracletologia e a escatologia.
1. Quanto à ressurreição. A ressurreição de Cristo foi (e é) a suprema e majestosa História dos Evangelhos e da humanidade. A missão plena do Cordeiro de Deus – através de seu nascimento, vida, morte e ressurreição – foi fazer a vontade divina e solucionar a necessidade humana a partir da salvação. Tudo isso foi possível porque Deus amou o mundo! [4].
É importante observar que Jesus ressuscitou enquanto homem e, portanto, foi o Deus Pai quem O ressuscitou (At 2:32; 3:15; 4:10; 10:40; 13:30,37; Rm 4:24; 1Co 6:14; 15:15;1Pe 1:21). Com a ressurreição, Jesus foi exaltado sobre todo o nome (Fp 2:9), passando, então, a ser chamado de Nosso Senhor (Rm 1:4), tendo todo o poder no céu e na terra (Mt 28:18).
Testemunho Bíblico sobre a Ressurreição de Jesus - “Muitas e Infalíveis Provas”(At 1:3). A ressurreição é a prova cabal da aceitação do sacrifício de Jesus e da vitória sobre o pecado e a morte, com a consequente salvação da humanidade pela fé em Jesus. Não é outro o motivo pelo qual a ressurreição foi cercada de “muitas e infalíveis provas”, a fim de que não houvesse como negá-la justificadamente.
Algumas pessoas, individualmente e coletivamente, viram a Jesus: a) Maria Madalena – no túmulo (João 20:11-18); b) Várias mulheres – próximas ao túmulo (Mt 28:9,10); c) dois discípulos – no caminho de Emaús (Lc 24:13-32); d) Pedro – em localização indefinida(Lc 24:33-35); e) aos dez discípulos – no salão superior (Lc 24:36-43); f) aos onze discípulos – no salão superior (João 20:26-31); g) a sete homens – no Mar da Galiléia (João 21:1-25); h) aos onze discípulos – no monte (Mt 28:16-20), e talvez, nesse mesmo lugar, aos 500 irmãos de 1Co 15:6; i) aos discípulos – próximo a Betânia (At 1:9-12).
A Ressurreição de Cristo é a principal garantia de que devemos aguardá-lo, pois, assim como Ele ressuscitou, como havia prometido, Ele também voltará para arrebatar a sua Igreja e nos livrar da ira futura (1Co 15:51-57; 1Ts 1:10).
2. Quanto à paracletologia. “E, agora, vou para Aquele que me enviou... digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo” (João 16:5a,7-8). Era necessário que o Espírito Santo viesse e enchesse os discípulos de Jesus, a fim de que eles prosseguissem com a obra do Senhor - “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”(At 1:8).
Portanto, Jesus avisara a seus discípulos sobre o seu retorno aos céus, mas deixou claro que eles não estariam sozinhos, nem que agiriam sem o respaldo divino. Disse também que o Consolador haveria de ser o responsável por convencer a humanidade da veracidade do Evangelho. De que forma isso aconteceria? Com o Espírito Santo agindo na vida de cada um dos discípulos.
Passaram-se apenas dez dias do retorno do Senhor ao Céu, e Deus cumpriu a promessa feita do derramamento do Espírito Santo sobre seus servos. Esse evento aconteceu cinquenta dias após a ressurreição do Senhor. No dia de Pentecostes, o quinquagésimo dia depois da Páscoa, Deus visitou seus servos e os encheu com seu Espírito Santo(Atos 2:1-4). [5]
3. Quanto à escatologia. A ascensão de Cristo foi sucedida por uma declaração escatológica. Mais que simplesmente ver seu Senhor e Mestre retornar aos Céus, os discípulos ouviram dos anjos a promessa que nós hoje aguardamos: “E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco,os quais lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”(At 1:10,11). A volta de Jesus Cristo é uma promessa viva, por se cumprir, que todo cristão deve ansiar, pois por ocasião de seu cumprimento, como diz Paulo, “... estaremos sempre com o Senhor”(1Ts 4:17c). [6]

III. A ASCENSÃO DE CRISTO EM NOSSA DEVOÇÃO

Vimos o efeito da ascensão visível sobre os apóstolos; mas o que ela tem a nos oferecer? Em primeiro lugar, a esperança de que Jesus voltará - “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao Céu, assim virá do modo como o vistes ir”(At 1:11b). Esta volta de Cristo, conhecida como “parúsia” (“revelação de Cristo em glória”, “volta triunfal de Cristo”, “vinda de Jesus em glória”), será plenamente visível a todos os povos e nações e estava predita desde o início dos tempos, pois Enoque, o sétimo depois de Adão, já se referia a este episódio (Jd 14,15). É o fato que marca o início da vitória do bem sobre o mal.
Em segundo lugar, a ascensão de Cristo nos enche de compaixão pelas almas perdidas. Até que Jesus volte devemos ser suas testemunhas, pois isso é o seu mandato, desde a sua ascensão. Conforme disse John Stott, não seria normal os discípulos ficarem a olhar para o céu, quando tinham sido comissionado para irem até aos confins da terra(At 1:8). A Terra, e não o céu, deveria ser o centro da preocupação deles. Eles tinham sido chamados para serem testemunhas, não vasculhadores do céu. A visão que eles deveriam cultivar não era a vertical, de nostalgia do céu onde Jesus foi recebido, mas, sim, a horizontal, de compaixão pelo mundo perdido que precisava dele. O mesmo vale para nós.
Precisamos lembrar especialmente que entre a Ascensão e a Parúsia(o desaparecimento e o reaparecimento de Jesus), alonga-se um período de duração indeterminado que deve ser preenchido pelo testemunho da igreja, que deve alcançar o mundo inteiro no poder do Espírito Santo. Precisamos dar ouvidos à mensagem dos anjos: “Vocês o viram partir. Vocês o verão voltar. Mas entre essa ida e vinda é necessário que haja outra. O Espírito Santo precisa vir, e vocês precisam ir – para o mundo, por Cristo”.[7]
Em terceiro lugar, a Ascensão de Cristo nos enche de plena confiança da vida eterna, pois Cristo, tendo sido semelhante a nós, assentou-se à destra de Deus(Mc 16:19) e intercede por nós como o Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque(Sl 10:4). O fato de Jesus está à destra de Deus Pai nos confirma sua autoridade como Deus, sua coroação como Rei e que sua obra na Terra foi concluída.
Em quarto lugar, consola-nos saber que à destra de Deus temos um advogado que está pleiteando a nosso favor. João diz: “Meus filhinhos [...] se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”(1João 2:1). Para as pessoas que estão se sentindo culpadas e condenadas, o apóstolo João nos mostra o restabelecimento da certeza. Elas sabem que pecaram, e Satanás (chamado de acusador em Ap 12:10) está exigindo a pena de morte. Quando você se sentir assim, não desista da esperança – o melhor Advogado de defesa do universo está pleiteando a seu favor.
Jesus Cristo, nosso Advogado, nosso Defensor, é o Filho do Justo Juiz. Ele já sofreu a penalidade em nosso lugar. Nós não podemos ser julgados por um processo que está terminado (vide Cl 2:14). Unido a Cristo, estamos tão seguro quanto Ele. Não tenhamos medo de pedir a Cristo para pleitear a nossa causa – Ele já a venceu (ver Rm 8:33,34; Hb 7:24,25).[8]
Agora não somos mais réus, mas filhos. Deus não é mais o nosso Juiz, mas Pai. Nós, que cremos em Cristo, não entramos mais em juízo, mas passamos da morte para a vida(João 5:24). Uma vez justificados, entramos na família de Deus. Se pecarmos, não precisaremos de uma nova justificação do Juiz divino, mas do perdão do Pai. Jesus Cristo está assentado à destra do Pai(Cl 3:1). Glórias sejam dadas a Ele!

CONCLUSÃO

A Ascensão de Jesus é uma preparação e antecipação da glorificação também de cada cristão que o segue fielmente. Significa que o cristão deve viver com os pés na Terra, mas com o coração no Céu, a nossa pátria definitiva e verdadeira, como o apóstolo Paulo lembrou aos filipenses: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas”(Fp 3:20,21). Portanto, o cristão vive neste mundo sem ser do mundo, caminha entre as coisas que passa abraçando somente as que não passa. Jesus breve vem!
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Notas Bibliográficas:
[1] A Mensagem de Atos(Até os Confins da Terra)- John Stott.
[2] Baker's Evangelical Dictionary of Biblical Theology. Editado por Walter A. Elwell.
[3] Baker's Evangelical Dictionary of Biblical Theology. Editado por Walter A. Elwell.
[4] Teologia sistemática Pentecostal –CPAD – p. 162.
[5] Revista Ensinador Cristão – nº 45.
[6] Revista Ensinador Cristão – nº 45.
[7] A Mensagem de Atos(Até os Confins da Terra)- John Stott-p.50/51
[8] Bíblia de Estudo – Aplicação Pessoal.

Missionario Pregando em Senador José Porfírio-PA



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A misericórdia sem fim do Senhor, é a explicação das Missões. O amor imerecido de Deus pelo homem caído. Pela restauração do perdido. A vontade de Nosso Senhor é de que nenhuma alma se perca, mas, antes, que todos se arrependam (II Pe 3.9). A mesma Palavra levanta a necessidade das missões para o sucesso da Igreja, como sendo sua tarefa Suprema e fundamental.

Conferencista Luciano Pontes- Pregando no Estado do Pará